DOI: 10.18537/puc.34.02.04

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Artículo científico

Revista Pucara N.º 34. Vol. 2, 2023
e-ISSN: 2661-6912





















RELACIONES LITERARIAS ENTRE BRASIL Y
ECUADOR: UNA INVITACIÓN A LOS ESTUDIOS

COMPARADOS
Literary Relations between Brazil and Ecuador: an invitation to comparative

studies

Relações Literárias entre Brasil e Equador: um convite aos estudos
comparados

Antônio Fernandes Góes Neto
Centro Universitário de Investigações em

Inovação (Ceunir-FEUSP)
antonio.goes@uasb.edu.ec

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5312-4168


Recibido: 13 - 11 - 2023
Aprobado:
15 - 11 - 2023
Publicado:
29 - 12 - 2023

Cómo citar:

Fernandes Góes Neto, A. (2023). Relaciones literarias entre
Brasil y Ecuador: una invitación a los estudios
comparados. Pucara, 2(34).
https://doi.org/10.18537/puc.34.02.04


Resumen. Este artículo presenta un conjunto de posibilidades de estudios
comparados en el ámbito de las relaciones literarias, basado en la experiencia
de docencia de literatura brasileña y en el I Coloquio “Literatura brasileña en la
enseñanza superior”, en la Universidad Andina Simón Bolívar - Sede Ecuador.
En un primer momento, se trata de establecer algunas diferencias teóricas y
metodológicas entre la literatura comparada convencional y los estudios
comparados. En seguida, se presentan algunos hilos de proximidad formal y
temática de autores brasileños y ecuatorianos, desde los procesos de
independización hasta los escenarios contemporáneos, mapeando la profusión
de los actantes académico-culturales de recepción y difusión en ambos países a
lo largo de estos tres siglos. Se destacan dos actantes, a saber, Paulo de Carvalho
Neto y Alfonso Carrasco Vintimilla. En un último momento, se presentan

Relaciones literarias entre Brasil y Ecuador: Una invitación a los estudios comparados.

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e-ISSN: 2661-6912

algunas tendencias de las literaturas contemporáneas de Brasil y Ecuador, que
pueden ser profundizadas en comparaciones futuras.

Palabras clave: Literatura brasileña, literatura ecuatoriana, literatura
comparada.


Abstract: This paper presents a set of possibilities for comparative studies in
the field of literary relations, based on the teaching experience of Brazilian
literature and the 1st Colloquium “Brazilian Literature in Higher Education” at
the Universidad Andina Simón Bolívar - Ecuador Campus. Initially, it aims to
establish some theoretical and methodological differences between
conventional comparative literature and comparative studies. Next, it introduces
some threads of formal and thematic proximity among Brazilian and Ecuadorian
authors, since the processes of independence to contemporary scenarios,
mapping the profusion of academic-cultural actants involved in reception and
dissemination in both countries over these three centuries. Two prominent actors
are highlighted, namely Paulo de Carvalho Neto and Alfonso Carrasco
Vintimilla. Finally, it presents some trends in the contemporary literatures of
Brazil and Ecuador, which could be studied in future comparison.

Keywords: Brazilian literature, Ecuadorian literature, comparative literature.


Resumo: Este artigo apresenta um conjunto de possibilidades de estudos
comparativos no âmbito das relações literárias, com base na experiência de
ensino de literatura brasileira e do I Colóquio “Literatura brasileira no ensino
superior”, ambos na Universidad Andina Simón Bolívar - Sede Equador.
Inicialmente, busca-se estabelecer algumas diferenças teóricas e metodológicas
entre a literatura comparada convencional e os estudos comparados. Em
seguida, são apresentados alguns fios de continuidade formal e temática entre
obras brasileiras e equatorianas, desde os processos de independência até os


1 Este artigo homenageia o setor de Imprensa e Cultura da Embaixada do Brasil em Quito, que tem

impulsionado de maneira significativa a divulgação do país. Agradeço especialmente a Sônia Oliveira de
Paredes, coordenadora da revista literária bilíngue vice-versa-versa.

cenários contemporâneos, mapeando a profusão de agentes acadêmico-culturais
de recepção e difusão em ambos os países ao longo destes três séculos.
Destacam-se dois agentes, a saber, Paulo de Carvalho Neto e Alfonso Carrasco
Vintimilla, e, em um último momento, são apresentadas algumas tendências das
literaturas contemporâneas do Brasil e do Equador, que podem ser aprofundadas
em futuras comparações.

Palavras chave: Literatura brasileira, literatura equatoriana, literatura
comparada.







“Ahora que mi amigo partió, y la distancia
entre los dos es infinita, Jorginho es un
diamante sereno en mi memoria”.

Thiago de Mello, sobre o falecimento de Jorge
Enrique Adoum, em 2019 (DRAGON, 2010).


1. Algumas precauções na busca dessas relações1
A literatura comparada, após apontamentos destacados por autores como
Wellek (1962), supera a causalidade unilateral da noção de influência de um
centro de conhecimento, presumivelmente localizado no Norte global, para
outros núcleos periféricos, que se supunham dependentes e replicadores de
projetos estéticos e ideológicos daquele. Uma diferença frequentemente
indicada entre os primeiros momentos da literatura comparada e os estudos
comparados contemporâneos é a interpretação de elementos mediadores entre
obras literárias e produções de outras naturezas, com conteúdo de diversos
saberes (pesquisas, ensaios, filmes, peças teatrais, videogames, etc.) sob pelo

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menos duas condições: a) que sejam observadas citações ou analogias diretas,
que possam aprimorar a interpretação das obras envolvidas; b) que se busque
uma simetria nas relações de poder entre as produções comparadas, a fim de
evitar o etnocentrismo e o nacionalismo2, que marcaram a fundação dos
primeiros métodos histórico-comparativos. Essa virada se deve a contribuições
dos estudos culturais, pós-coloniais, decoloniais, de tradução, ecocríticos, entre
muitos outros.

Pode-se dizer que se trata de um comparatismo da solidariedade, em busca de
relações mais simétricas entre realidades do Sul global, como, por exemplo,
entre os países hispano-americanos e entre os países de língua oficial portuguesa
(Abdala Júnior, 2017, p. 89)3, em detrimento do foco exclusivo na circulação
das obras do Norte para o Sul, que fundamentou a literatura comparada em obras
de Villemain (1829), Arnold (1848), Baldensperger (1929), etc. Não é tampouco
um comparatismo ingênuo, pois leva em consideração que esse objeto literário
está em constante reconfiguração, o que implica pensar que a história de
qualquer cânone literário não está isenta de relações de poder (Eagleton, 2011,
p. 237-239).

Considerando esse contexto de consolidação dos estudos comparados desde o
final do século XX, este artigo, embora se assemelhe a uma abordagem
convencional de literatura comparada entre dois estados nacionais, cujos
idiomas são diferentes, apresenta-se necessário, dada a ausência desses tipos de
propostas entre ambos os países e talvez aponte para uma dificuldade do Brasil
em se comunicar com seus vizinhos, especialmente com a Comunidade Andina.
Por tal razão, a recepção de obras críticas, como a antologia de manifestos
vanguardistas latino-americanos de Schwartz (2002), que incluiu textos
brasileiros traduzidos para o espanhol, como os de Mário e Oswald de Andrade,
por exemplo, foi decisiva no Brasil para incentivar acadêmicos a mais pesquisas
comparadas com os países vizinhos, a partir da presença da literatura no ensino
superior.


2 Sobre a reprodução de noções hegemônicas em países periféricos permeada de euforia

nacionalista, veja como exemplo o ensaio comparativo "A nova poesia portuguesa sociologicamente
considerada" (1912) do poeta português Fernando Pessoa sobre a poesia portuguesa.


Já foram publicadas pesquisas sobre as relações diplomáticas entre o Brasil e o
Equador (Cabrera; Villafañez, 2021) e sobre propostas de aumento nas relações
comerciais entre ambos os países, especialmente após o surgimento da União de
Nações Sul-Americanas (UNASUR) em 2008 e, em gesto semelhante ao de
Schwartz (2002), Ayala Mora (2019) tenta integrar o Brasil em sua compilação
de ensaios sobre os processos de independência na América Latina. Haja vista
que as relações literárias e artísticas em geral são um campo a ser explorado,
este artigo traz algumas propostas de estudos comparados, passando por uma
breve cronologia, desde a independência dos países latino-americanos até a
contemporaneidade.


Dentro desse olhar histórico, observam-se várias semelhanças entre a formação
do Brasil e do Equador, como os usos das línguas gerais4 documentadas por
missionários nos processos coloniais de catequização e formação dos primeiros
conglomerados urbanos; a incorporação simbólica dessas línguas, como o
quíchua e o tupi, em literaturas nacionalistas de emancipação, com primeiras
roupagens indigenistas; a suposta integração de povos originários em internatos
salesianos em suas primeiras repúblicas, sob discursos de modernização; e,
finalmente, o desafio contemporâneo de reconhecer que há várias formas de ser
equatoriano e brasileiro, que coincidem, por sua vez, com novas categorias
literárias, marcadas por critérios existenciais sobre as obras.

Villafañe (2019) destaca que o Brasil ficou à margem da noção de integração
bolivariana, que se formava a nível continental durante a independência do
Equador e dos demais países sul-americanos, devido à continuidade do Brasil
com o império lusitano, desde a fuga da família real portuguesa em 1808 até a
figura de D. Pedro I. Como consequência, consolidou-se uma interpretação
frequente do gigante ensimesmado, que observava o continente europeu, de
costas para os países vizinhos. O mesmo autor sustenta que certa rivalidade entre
espanhóis e portugueses se transferiu, em grande medida, para a oposição entre

3 Outro exemplo importante publicado em língua espanhola a ser mencionado é o conjunto de
ensaios "Mar abierto" (Costa, 1998), que compara literaturas de línguas portuguesa e espanhola.

4 Para mais detalhes sobre as formações dessas línguas, consulte Taylor (1982; 1985; 2001; 2010),
que se dedicou ao estudo do quíchua e do yẽgatu, a língua geral amazônica do Brasil.

Relaciones literarias entre Brasil y Ecuador: Una invitación a los estudios comparados.

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o Brasil imperial e as ideias liberais americanas do novo século, implicando em
certo afastamento ideológico, que não impediu, no entanto, iniciativas pontuais
de autores interessados em se aproximar, muitas delas destacadas por Schwartz
(1993; 2002) e retomadas por Rocca (2021).

Além das especificidades na emancipação, chama a atenção, entre os desafios
para esse tipo de pesquisa, as diferentes terminologias usadas no cânone
hispano-americano e no brasileiro, especialmente para as correntes posteriores
às independências. Embora haja proximidade entre ambos os idiomas, o modo
como algumas correntes literárias são chamadas, por exemplo, é marcado por
tais diferenças nas trajetórias de emancipação nacional. Talvez o caso mais
emblemático seja o modernismo em língua espanhola, de Rodó, Rubén Darío,
Medardo Ángel Silva no Equador, e muitos outros. O modernismo em língua
espanhola se destacou precisamente por ser um projeto estético e ideológico de
protagonismo hispano-americano genuíno nas letras espanholas pela primeira
vez e por seus gestos integracionistas, registrados na fundação do Museu de
Belas Artes de Buenos Aires (COSTA, 2022, p.), dos quais o Brasil não
participou efetivamente.

2. Cumandá (1877) e a trama enredada do indianismo brasileiro

O tema dos costumes e da cor local, cotejados por Machado de Assis5 como um
projeto estético e ideológico para se diferenciar da metrópole portuguesa em seu
ensaio “Instinto de nacionalidade” (1873), configurou a primeira presença de
uma matriz indígena na incipiente literatura brasileira, percorrendo diversos
projetos estéticos dos séculos XVIII e XIX, em poemas épicos publicados por
autores de ambas as correntes literárias supracitadas, como “O Uraguai” (1769),
de Basílio da Gama, “Caramuru” (1781), de Santa Rita Durão, “I-Juca Pirama”
(1851) e “Os Timbira” (1856), ambos de Gonçalves Dias, assim como os
romances "Iracema" (1865), "O Guarani" (1865) e "Ubirajara" (1874), todas de
José de Alencar.



5 Patrono das letras do Brasil, fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL). Uma figura com

a qual talvez se possa comparar é Juan León Mera em termos de seus projetos ideológicos, considerando a
fundação da Academia Ecuatoriana de la Lengua.


Imagen 1


Tais manifestações inspiradas em uma
idealização dos povos originários têm sido
debatidas nos posters da exposição “Voces
de un Brasil indígena”, no Centro de
Documentação e Biblioteca da UASB.

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A convivência entre padres, missionários e mulheres de povos originários no
contexto do desafio de integrar nacionalmente a Amazônia em ambos os países,
estabeleceu um paralelismo entre "Cumandá" (1879) e "El misionero" (1891),
de Inglês de Souza. A Amazônia é ao mesmo tempo continuidade e barreira para
a comunicação entre Brasil e Equador. Seriam válidos, como consequência
desse continuum temático, estudos comparados entre "Cumandá" e "Iracema",
levando em consideração a construção da mulher indígena, e entre "Cumandá"
e "El misionero", neste caso, enfocando-se especialmente na produção ficcional
relacionada às missões religiosas.


No entanto, um dos primeiros autores brasileiros a evocar a figura libertadora
do condor e aludir à América Latina em Brasil foi Castro Alves que, junto a
Sousândrade, tentou romper com esse primeiro esquema indianista do Brasil em
seus poemas abolicionistas, que idealizava um nativo, muitas vezes
desconhecido por esses escritores árcades e românticos. Tanto o elemento
mediador do anti-escravismo quanto do indianismo entre as letras brasileiras e
equatorianas, em suas diversas roupagens ao longo destes três séculos, podem
ser pesquisados. A literatura abolicionista no Brasil poderia talvez ser
comparada às produções realistas do Grupo de Guayaquil e ao romance histórico
"Jonatas y Manuela" (1994), da escritora Luz Argentina Chiriboga, embora de
épocas diferentes (HANDELSMAN, 2001).


3. Intercâmbios vanguardistas na tradução poética
A já mencionada inserção dos manifestos literários brasileiros produzidos pelo
circuito artístico da Semana de Arte Moderna de 1922 na publicação "Las
vanguardias latinoamericanas" (2002), do crítico argentino Jorge Schwartz, foi
decisiva para consolidar uma aproximação acadêmica recente do Brasil com os
demais países latino-americanos no ensino superior, possibilitando a observação
de iniciativas pontuais de literatos interessados em conhecer as produções
vizinhas. Nesta compilação de manifestos, o crítico argentino destaca a revista
equatoriana "Hélice" e o que chama de "nomadismo poético" de Jorge Carrera
Andrade (Schwartz, 2002, p. 351). Como professor da Universidade de São
Paulo (USP), Schwartz buscou orientar várias pesquisas de pós-graduação sobre
literatura hispano-americana e, dentre elas, está "Manuel Bandeira: operador de
cultura hispanoamericana" (Monteiro Aguiar, 1992).

Nesta tese de doutorado é possível notar que, ao traduzir literatura hispano-
americana, o poeta brasileiro se aproxima, por meio de leituras e traduções, de
formas inovadoras como os microgramas, de Jorge Carrera Andrade. Ambos os
poetas, vale destacar, se caracterizam por falar de objetos e temas simples,
expressando certa humildade formal e temática, visto que muitos de seus
poemas se desdobram a partir do cotidiano. Em uma crônica intitulada
"Conhecimento de Carrera Andrade" (1961), há um elogio ao poema "Caracol"
e sua descoberta dos haicais:


As vendas são tema constante na poesia de Carrera Andrade: ‘A

janela, minha propriedade maior...’. Pedro Salinas escreveu certa vez
que as ideias básicas da poesia do poeta equatoriano são: viagem e
registro. Registro de tudo que vai observando em suas viagens, e o mais
importante é que o poeta tem olhos para os seres e objetos que para toda
a gente parecem insignificantes e feios. Seus microgramas (o poeta
comprovou que o espírito dos haicais existia na epigrama castelhana no
cantar e na saeta), seus microgramas são uma série destes registros de
coisas ou seres humildes” (Bandeira, 1961).

Em um de seus ensaios sobre literaturas e músicas afrodescendentes, "A canção
de Dixie" (1968), Bandeira menciona novamente Carrera Andrade:


(…) Advertiu certa vez o grande poeta equatoriano moderno,

Jorge Carrera Andrade, não ser invenção de nosso tempo a poesia que
fala dos negros. Nem invenção agora, tampouco criação original da
América ou África. Recordou que Lope de la Vega incluiu em seu
teatro “letrillas para canto y baile (...)” (Bandeira, 1968)


Por fim, foi publicado o poema do poeta equatoriano “Morada Terrestre”,
traduzido por Bandeira na antologia Estrela da vida inteira (1965), uma das
mais vendidas do poeta brasileiro, conhecido por acompanhar várias
experiências vanguardistas, desde os princípios do verso livre até as primeiras
experiências de poesia concreta, e também por promover a aproximação do
Brasil com a Hispano América, por meio da literatura brasileira no ensino
superior e da tradução literária.

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Do lado equatoriano, em sua segunda novela, Ciudad sin ángel (1995), Jorge
Enrique Adoum menciona, além de Manuel Bandeira, dois poetas da segunda
geração vanguardista brasileira, também conhecida como poesia de 30:


En el texto hay citas, a más de aquellas cuyo origen se indica,

de los siguientes autores, por orden de aparición en las páginas: (...)
Jorge Carrera Andrade, Manuel Bandeira, Jean Samuel Curtet, P.D.
James, Salomón, Vinicius de Moraes6 (...) Carlos Drummond de
Andrade (...) (ADOUM, 1995).


Tal lirismo e musicalidade da poesia de 30, que chamou a atenção de Adoum e
coincidiu com a internacionalização da bossa nova, em ícones como Vinicius de
Moraes, se somaram à temática existencialista pós-guerra de Drummond de
Andrade, que também foi objeto do escritor equatoriano. Além da exportação
de produtos culturais brasileiros impulsionada na segunda metade do século XX,
com destaque para a música popular brasileira (MPB), outro processo histórico
que fez com que alguns poetas brasileiros tivessem presença nos países vizinhos
foi o período da ditadura militar brasileira (1964-1986), durante o qual poetas
como Thiago de Mello se exilaram em países sul-americanos, resultando na
formação de redes nos circuitos hispano-americanos. Essa via parece ter
aproximado Adoum desse poeta brasileiro, cuja trajetória também incluiu o
exílio, e que traduziu para o espanhol alguns de seus poemas, como "A criação
do mundo" (2006). Tais intercâmbios literários por meio da tradução durante o
século XX merecem mais atenção.

4. Guimarães Rosa e Benjamin Carrión: literatura e diplomacia cultural
na prosa do pós-guerra







6 Sotomayor (2015) faz referência à citação do poema musicado "Receta de mujer" (1957), de
Vinícius de Moraes, em "Los Amores Fugaces: memorias imaginarias" (1997), de Adoum (p. 86).

Imagem 2



Fotografia do suplemento mexicano El
Gallo Ilustrado
, enviada pela poetisa
Janeth Toledo, onde foi publicado um
artigo de Benjamín Carrión sobre
Guimarães Rosa.


O Centro Cultural Benjamín Carrión de Quito7 expõe permanentemente
imagens do II Congresso de Escritores Latino-americanos, realizado no México
em 1967, no qual o escritor equatoriano conheceu João Guimarães Rosa. Em
seus ensaios "Colonialismo intelectual”, O que pensa do 'boom'?" e "João
Guimarães Rosa", publicados em “Narrativa Latino-americana” (BARCELOS,
2006), Carrión posiciona esse autor e diplomata brasileiro como expoente dos
gestos anticoloniais fundamentais para a renovação da prosa latino-americana:
o ficcionista oculta sua sabedoria e concede a devida complexidade aos que
eram considerados iletrados, como no caso do universo ao redor de Riobaldo
em "Grande Sertão: Veredas" (1956) (BARCELOS, 2006, p. 177).

7 Nossos agradecimentos a Raúl Pacheco, que nos apoiou com o acesso ao acervo da CCE.

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A ampla inventividade linguística, combinando arcaísmos e neologismos, é
fundamental na ficção de Rosa, opondo-se ao esquema naturalista de Émile Zola
e Euclides da Cunha. Essa característica é destacada por Carrión em "O que
pensa do 'boom'?", ao sustentar que Rosa seria uma alternativa ao chamado
realismo francês, que se impôs como horizonte de expectativa na prosa latino-
americana. Essa transcendência das fórmulas regionalistas do romantismo, que
confere autonomia à ficção em relação a uma nacionalidade ou à suposta
dependência do contexto histórico de uma obra literária, também levou Antônio
Cândido a formular a noção de super-regionalismo (Cândido, 1975, p. 370).

O que Carrión e Cândido argumentam é que personagens como Riobaldo
evidenciam não apenas a complexidade dos sertões do Brasil, mas da
humanidade, a partir de suas grandes tensões, como os contatos e conflitos entre
comunidades letradas e iletradas diante da modernização do mundo, em um
momento de maturidade do pensamento latino-americano nas Letras. Wellek e
Warren (1985) apontam, inclusive, interseções e sobreposições entre folclore e
literatura, considerando o que chamam de ação recíproca entre literaturas orais
e escritas (Wellek e Warren, 1985, p. 58) como um elemento fundamental nesse
jogo epistemológico dos estudos comparados.

5. Relações acadêmicas e literárias nas obras de Paulo Carvalho Neto8 e
Alfonso Carrasco Vintimilla
É também sob a chave da diplomacia cultural e da pesquisa do universo iletrado
da América Latina que Paulo de Carvalho Neto estabeleceu relações acadêmicas
entre o Brasil e o Equador, através de sua sistematização do folclore ibero-
americano. Conhecedor de várias escolas dos estudos folclóricos, desde o
romantismo alemão, de projeção estética dos contos, se deteve na onda
positivista da psicologia dos povos, presente nos escritos de Wundt e Unamuno9,
se valeu da padronização anglo-saxônica, da Sociedade de Folklore (FLS) e da
escola britânica de Antropologia. Os textos não literários do espanhol
supracitado foram decisivos para seus estudos histórico-comparativos da Ibero-
América, evidenciados em sua reflexão sobre a inspiração folclórica na
literatura (Carvalho Neto, 1976).


8 Se recordam vinte anos de seu falecimento e o centenário de seu nascimento em 2023.


Inicialmente, publicou suas análises comparativas do modelo convencional, de
bastante confluência entre folclore e literatura, de busca por origens e
influências, em "Orígenes del folklore ecuatoriano: cinco hechos comparados"
(1965) e em "History of Iberoamerican Folklore: Mestizo Cultures" (1969).
Revisitando publicações de Juan León Mera, como "Cantares del pueblo
ecuatoriano" (1892), e transcrevendo narrativas orais de todas as regiões do
Equador, ele demonstrou, em textos documentais e ficcionais, a importância da
gestão do patrimônio imaterial nos países latino-americanos, diante da
complexidade da introdução da escrita em nosso continente e da potencialidade
das tradições orais e visuais.

Uma nova roupagem do indianismo pode ser investigada através de "Cuentos
folclóricos del Ecuador" (1988), este fundamentado explicitamente em "O
selvagem" (1876), de Couto de Magalhães, assim como em "Mi tío Atahualpa"
(1972) que refletem, respectivamente, o que talvez tenha sido um período de
consolidação de relações acadêmico-culturais entre ambos os países na
Universidade Central do Equador (UCE), com o respaldo de Benjamín Carrión,
que avaliou esse folclore cientificista em seu prefácio ao "Diccionario de
Folklore Ecuatoriano", como um tipo de pesquisa anticolonial. Dialogando com
a longa fortuna crítica de Couto de Magalhães, Ermanno Stradelli, Mário de
Andrade, Monteiro Lobato e Câmara Cascudo, Paulo de Carvalho Neto se
concentrou na difusão de uma metodologia para a sistematização e posterior
projeção estética de narrativas orais, valendo-se de sua imersão no círculo de
Benjamín Carrión em Quito. Foi igualmente protagonista da fundação do Centro
de Estudos Brasileiros, em 1962, cujo acervo se encontra atualmente no Instituto
Brasileiro Equatoriano (IBEC), em sua biblioteca, que leva seu nome.

Em grande medida, suas publicações também tiveram momentos próximos dos
estudos comparados mais recentes, que fomentam as relações da literatura com
as demais artes e saberes, conforme as propostas de Wellek (1964) e de críticos
literários mais recentes, como Eagleton (1983), quando refletiu sobre a relação
do folclore com outros saberes. Exemplos desse comportamento comparatista

9 O literato espanhol dedicou-se ao tema em sua tese de doutorado "Crítica do problema da origem
e pré-história da raça basca" (1884).

Relaciones literarias entre Brasil y Ecuador: Una invitación a los estudios comparados.

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são: "Folklore y psicoanálisis" (1956); "El folklore de las luchas sociales; un
ensayo de folklore y marxismo" (1973) e "Folklore y educación" (1980).
Portanto, pode-se afirmar que o círculo de Adoum, Carrión e Guayasamin
concretizou as relações acadêmico-culturais com o Brasil por meio dessa
acolhida ao pesquisador brasileiro, sendo o Centro Cultural Benjamín Carrión
um importante polo de gestão documental dessas relações.

Pela via reversa, um equatoriano que viveu na cidade mineira de Ouro Preto e
se destacou por seu trabalho de divulgação da literatura brasileira é o cuencano
Alfonso Carrasco Vintimilla, que dá nome ao Encontro sobre Literatura
Equatoriana e Latino-Americana, que tem recebido escritores brasileiros10. Ao
longo de sua carreira traduziu e publicou obras de Thiago de Mello (que esteve
em Cuenca em algumas oportunidades), Vinicius de Moraes, Ferreira Gullar,
Augusto Boal, entre outros. Assim como Carvalho Neto, foi figura marcante na
consolidação das universidades latino-americanas como espaços privilegiados
para a pesquisa, tradução e crítica literária em prol de uma integração regional.
Cabe à contemporaneidade a tarefa filológica de gerir suas traduções de Gullar
e Carlos Drummond de Andrade, ainda pendentes de publicação.


6. Cenários contemporâneos: os escritores diplomáticos em Quito e a
multiplicidade de agentes
A transição entre os séculos XX e XXI trouxe a expansão dos actantes de
divulgação literária no mundo, impulsionando as relações entre países por meio
de suas produções culturais. Além das traduções voluntárias de escritores
dedicados aos vanguardismos latino-americanos, como Manuel Bandeira e
Jorge Enrique Adoum, o fortalecimento da diplomacia cultural propiciou a
pouco mencionada passagem do poeta João Cabral Melo Neto por Quito entre
1979 e 1981, geralmente obscurecida pela importância de sua terra natal,
Pernambuco, e da Espanha em sua obra. Essa estadia foi matéria-prima para
seus poemas "No páramo", "O corredor de vulcões", "O índio da Cordilheira",
"Afogado nos Andes", "O trono da ovelha", "Um sono sem frestas", "Uma


10 O agradecimento aqui é destinado ao professor Guillermo Cordero Carpio, da Universidade de

Cuenca, que nos forneceu manuscritos do crítico equatoriano.
11 Interlocutor e tradutor brasileiro dos escritores hispano-americanos, Nepomuceno participou

ativamente do fenômeno editorial conhecido como o boom latino-americano. Mais detalhes sobre a fundação

enorme rês deitada", "Cemitério na Cordilheira", "O ritmo do Chimborazo" e
"O Chimborazo como tribuna", muitos deles inéditos até 2020 (RIBEIRO, 2020,
p. 29-30). Por essa razão, publicações como "Agrestes" (1985), de João Cabral
de Melo Neto, "Vivir en los Andes" (2020), editada pela Embaixada do Brasil
em Quito, a antologia "A Literatura como turismo" (CABRAL, 2016) e os
manuscritos do autor ainda carecem de um estudo articulado.

É válido destacar que o Brasil é um dos únicos países da América Latina a
impulsionar sua diplomacia cultural de maneira contínua em suas embaixadas,
a partir de programas como o Lectorado, lançado em 1953, e através de editais
de incentivo à tradução de obras brasileiras, da Fundação Biblioteca Nacional
do Brasil (FBN), que têm como ponto focal, recentemente, os Institutos
Guimarães Rosa (IGR) ao redor do mundo. O escritor João Almino, por sua vez,
que teve parte de sua obra traduzida para o espanhol após vencer o prêmio Casa
de las Américas, com seu romance "As cinco estações do amor" (2003),
fortaleceu, como embaixador em Quito de 2018 a 2021, a revista literária
bilíngue Vice-versa, cuja primeira edição contou com o apoio do escritor Eric
Nepomuceno11, e proporcionou a criação do Programa de Leitorado em Quito,
por meio do qual são realizadas atividades acadêmicas na UASB-E.

Já com o setor privado, o brasileiro Remy Gorga (2011) e a equatoriana Sabrina
Duque (2018) publicam suas versões em espanhol da primeira novela curta do
Brasil, "O alienista" (1882). Em geral, pode-se dizer que se trata de um mercado
editorial a ser mais explorado em ambas as vias, especialmente quando se trata
de literaturas brasileira e equatoriana contemporâneas. Eliane Potiguara ("Mitad
máscara, mitad cara", 2018) e Ailton Krenak ("Ideias para postergar o fim do
mundo", 2021) são, por exemplo, os únicos escritores indígenas traduzidos para
o espanhol, enquanto Yuliana Ortiz ("Canções do fim do mundo", 2021),
Monica Ojeda ("Mandíbula", 2022) e Solange Rodriguez Pappe ("Uma nova
espécie", 2023) foram as equatorianas traduzidas para o português brasileiro
neste século.

da revista Vice-versa estão disponíveis em:
https://comucsg.blogspot.com/2013/12/revista-literaria-viceversa-trabajo.html

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Também merece destaque a repercussão comercial da literatura afrodescendente
em ambos os países, indicando uma tendência editorial: "Um defeito de cor"
(2007)12, de Ana Maria Gonçalves, e "Torto arado" (2019), de Itamar Vieira
Junior, alcançaram êxito comercial e premiações, de maneira semelhante às
equatorianas Luz Argentina Chiriboga e Yuliana Ortiz, diante do crescente
protagonismo de personagens negras na ficção latino-americana, que, como
consequência, tem sido objeto de estudos comparados recentes em
universidades brasileiras, orientados por conceitos e critérios de natureza
existencial, como os de escrevivência13 (SILVA, 2013; 2015; SANTOS, 2015;
2018).


Conclusões
Considerando os diversos elementos mediadores nas relações literárias entre o
Brasil e o Equador apresentados neste texto, vale destacar que as formas de
reimaginar a ancestralidade como matéria-prima estética e ideológica latino-
americana permeiam quase todos eles: desde o seio romântico, de onde surgiram
os matizes indigenistas, abolicionistas e folcloristas, torna-se necessário
revisitar a obra de Paulo de Carvalho Neto, um dos primeiros comparatistas das
relações entre ambos os países, levando em consideração as categorias que
compõem as autorias da literatura contemporânea: arte verbal, literatura oral,
oralitura, literatura indígena, literatura afrodescendente, etc. É igualmente
necessário resgatar os textos não publicados de Alfonso Carrasco Vintimilla,
pioneiro nas traduções de obras brasileiras em espaços acadêmicos no Equador,
e revisitar as memórias dos Encontros de Literatura Equatoriana, observando a
participação de brasileiros neste evento de Cuenca.

As diferenças no vocabulário das correntes literárias em português e espanhol
nos convidam a observar diferentes nuances em projetos estéticos e ideológicos,
ao comparar as relações literárias considerando as especificidades da formação
dos estados brasileiros e equatoriano. O modernismo em língua espanhola, por
exemplo, devido ao seu pioneirismo no pensamento latino-americano, evidencia
o afastamento do Brasil na integração latino-americana após a independência e


12 Novela vencedora do prêmio Casa das Américas no mesmo ano. O mapeamento das obras

brasileiras que o ganharam é igualmente válido, pois são geralmente objeto de tradução para o espanhol.

a importância das relações da literatura com outros saberes, como o pensamento
social e historiográfico, conforme proposto por Santos (Ayala Mora, 2018;
Santos, 2023).

A ampliação dos agentes de tradução (universidades, entidades diplomáticas,
editoras privadas) requer atenção, pois a presença cada vez mais integradora das
universidades latino-americanas tem sido fundamental para a difusão de
perspectivas mais descritivas nos estudos comparados. Da década de 1960 até a
contemporaneidade, a expansão das universidades no Brasil e no Equador
tomou o espaço de uma crítica literária antes centralizada na imprensa e marcada
pelo normativismo, calcada no comparatismo convencional. Este período
coincide com as publicações de Paulo de Carvalho Neto e Alfonso Carrasco
Vintimilla, compostas precisamente por tentativas de interpretação pouco
enviesadas em suas comparações. Cabe também às universidades apoiar na
gestão documental da vida e obra de ambos os acadêmicos, propondo
repositórios digitais e preservando a memória de suas trajetórias em eventos.

Os estudos comparados atravessados por elementos mediadores identitários
poderiam igualmente ser frutíferos em pesquisas futuras, como as literaturas
escritas por povos originários, afrodescendentes, imigrantes, etc., com destaque
para a crescente tradução de escritoras afrodescendentes para ambos os idiomas,
que tem ganhado notoriedade por sua repercussão comercial. Esse traço
existencial presente na forma e no conteúdo dessas obras convida a uma
constante revisão da história comparada de ambas as literaturas nacionais, de
modo a investigar os papéis do antiescravismo e do antirracismo na formação
de seus cânones, bem como as formas de ensino e promoção de suas literaturas
ao longo do tempo.

Finalmente, a diplomacia cultural brasileira tem desempenhado um papel
decisivo para que haja alguma presença literária no Equador, ocupando espaços
em universidades e captando recursos para publicações bilíngues e traduções
literárias, que podem alcançar um público geral, não especializado. A circulação
dessas obras pode ser fortalecida com a criação de clubes de leitura dedicados

13 O conceito propõe a pesquisa da escrita afrodescendente que visa ressignificar a imagem escravista
(Evaristo, 2020).

Relaciones literarias entre Brasil y Ecuador: Una invitación a los estudios comparados.

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às literaturas de ambos os países. Antes de formar escritores ou avaliar a
qualidade da literatura em ambos os países, é necessário lembrar da
problemática explorada por Guimarães Rosa e muitos outros ficcionistas, que
alude à formação de leitores em nossos países: o universo das comunidades ditas
iletradas, de tradições orais e visuais, contém uma infinidade de saberes e formas
poéticas, que podem ser catalisadas a partir da leitura e escrita massivas, ainda
não implementada efetivamente. Dessa forma, o debate sobre a difusão das
literaturas de ambos os países deve ser atravessado pelo estímulo à leitura, o que
certamente permitirá desenvolvê-las em nível regional.


















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